Escolas confessionais devem trabalhar religião sem doutrinar

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Estudante do 3º ano do ensino médio, Pedro Lewgoy Martini, 17 anos, é de uma família com influência judaica e católica, mas que não é adepta a nenhuma das religiões. Desde o maternal, o menino estuda no Colégio Sinodal, instituição evangélica-luterana de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Hoje, se diz ateu, mas nunca se incomodou com a forma como a religião é tratada na escola. "O único momento em que eles falam da religião é na meditação, quando o pastor geralmente conta uma história bíblica ou alguma coisa relacionada a Jesus. Mas o objetivo, eu acho, é fazer uma reflexão usando estas histórias como exemplo", conta. O garoto confirma que nem mesmo nas aulas de religião a doutrina é imposta. "Sempre tratam temas como bioética e coisas mais reflexivas", diz.

O quadro descrito por Pedro condiz com o que o Ministério da Educação espera de instituições confessionais, apesar da autonomia que tais escolas têm para dar mais ênfase à sua religião no projeto pedagógico. Em maio, a demissão de um professor de História do colégio particular La Salle Pão dos Pobres, em Porto Alegre (RS), trouxe à tona a discussão sobre os limites entre o ensino religião e a doutrinação. Segundo Giovanni Biazetto, ele teria sofrido perseguição religiosa na escola.

As escolas confessionais entrevistadas pelo Terra afirmaram priorizar a transmissão de valores como respeito, solidariedade e ética, independentemente de suas doutrinas. Ampliar o repertório, discutir a diversidade, debater outras crenças e culturas, além de possibilitar aos estudantes que conheçam outras religiões e façam suas próprias escolhas no âmbito da fé, fazem parte das diretrizes e atividades de seus modelos. As instituições também afirmaram que não exigem de alunos, professores ou funcionários que sejam adeptos da religião da escola.

A escola de Pedro foi fundada pelos imigrantes alemães, que trouxeram a religião evangélica-luterana para o Brasil. Coordenadora pedagógica dos anos finais e ensino médio do Sinodal, Merlinde Piening-Kohl explica que a escola acredita nestes princípios e valores cristãos, pregados por Lutero, e que procura trabalhá-los em todos os âmbitos nas atividades escolares: desde as normas de convivência até as aulas de ensino religioso, presentes no currículo do 4º ao 9º ano do ensino fundamental.

Antes do 4º e depois do 9º ano, os alunos têm meditações semanais - pequenos momentos de reflexão sobre o ser humano, conduzidos pelo pastor da escola, com duração de 15 a 20 minutos - nas quais a participação é obrigatória, faz parte do horário de aula. No ensino médio, segundo a coordenadora pedagógica, esse papel é contemplado nas aulas de filosofia e sociologia. Merlinde destaca que a intenção não é doutrinar ninguém. "A Bíblia é nossa referência, mas temos um caráter interconfessional, que é o ensino religioso do ponto de vista cristão que trabalha mais os valores do que o aspecto doutrinário", afirma. Disciplinas como filosofia, sociologia e história - que geralmente questionam, quando não discordam, das pregações religiosas - não sofrem restrições em seus conteúdos. Para ela, o aluno precisa ter conhecimento para que possa se posicionar e ser crítico perante aos fatos. "Queremos trabalhar os valores que Jesus Cristo pregou, mas não podemos evitar fornecer aos alunos os conhecimentos", diz.

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