Jesus é o suficiente para as refugiadas da Coreia do Norte

A Portas Abertas tem treinado várias mulheres chinesas para trabalhar com as refugiadas norte-coreanas na China. "Deus deve amar muito essas mulheres. Parece que elas já estão prontas para receber o evangelho", compartilha uma obreira

Por: Portas Abertas Internacional, Tradução Getúlio A. Cidade

Igreja Refugiada

Cho Hee e Min Jung começaram o ministério de evangelizar refugiadas norte-coreanas na China um tempo atrás. "Recentemente havia três recém-chegadas em um dos meus grupos. Eu expliquei a elas como Deus criou a terra, como a humanidade pecou e como Jesus era a resposta de Deus para o nosso pecado. Elas quase se converteram imediatamente. Algumas tinham conhecimento da Bíblia sem nunca a terem visto. Uma mulher de 23 anos, por exemplo, ouviu minha história sobre o rei Salomão que precisava decidir, dentre duas mulheres, qual era a mãe de um bebê. Ela veio a mim depois e disse que já conhecia a história, mas não se lembrava de quando ou como ela a ouvira", conta Cho Hee.

Ainda que essas mulheres tenham passado ou ainda estejam passando terríveis provações, é importante explicar-lhes o pecado, esclarece Cho Hee. "Nenhum de nós é puro. Expliquei-lhes como elas participaram de idolatria na Coreia do Norte e que Deus não se agrada de nós quando nos curvamos a estátuas de líderes. Elas reconheceram como nós, humanos, nos colocamos no lugar de Deus. "Como podemos dizer isso aos nossos parentes na Coreia do Norte?", perguntaram. "Eles ainda adoram ídolos". Eu disse-lhes que elas precisavam testemunhar o evangelho a cada um, para que as pessoas corram para Deus e evitem o castigo".

Vida de oração

Uma das coisas mais importantes que Cho Hee e Min Jung ensinam é como desenvolver uma vida de oração. "Oração é um aspecto vital de sua comunhão diária com Deus", diz Min Jung. "É incrível como Deus usa a oração em suas vidas. Uma das três mulheres que se converteram recentemente começou a fazer um diário de oração. A cada dia, ela escrevia suas orações. Eu não estava ciente disso, mas, após uma de nossas reuniões, ela me deu seu diário para que eu lesse suas orações. Eram lindas: ‘Doce Deus, Pai celestial, por favor, abençoa minha sogra, que ela se recupere fisicamente, e ajuda meu esposo a administrar seu negócio. Também oro por sua saúde. Por favor, abençoa meu filho para que ele cresça bem em teu Espírito Santo. Por favor, ajuda-me a encontrar meu irmão na Coreia do Norte. Que eu possa encontrá-lo novamente e contar a ele sobre ti. Também oro por minha vizinha, a quem explanei o evangelho recentemente. Por favor, faz uma poderosa obra nela’. É inacreditável como sua oração é bíblica, considerando que ela é uma recém-convertida. Essa é a obra de Deus".

As orações mudam a vida das refugiadas. Min Jung diz: "Uma senhora visitou nossa reunião pela primeira vez. Logo depois, durante uma noite, seu filho de 2 anos acordou gritando. Sua sogra respondeu com uma ira anormal. Ela pegou uma faca e estava pronta para matar a nora. A norte-coreana clamou a Deus, sua sogra se acalmou e a criança parou de chorar. ‘Soube naquele momento que Deus estava vivo e decidi que precisava segui-lo’, ela contou".

Como muitas refugiadas querem, algum dia, se reunir a seus entes queridos na Coreia do Norte, a Portas Abertas investe nessas senhoras norte-coreanas. Quando as Coreias forem unificadas, muitas refugiadas retornarão. Elas encontrarão um país em ruínas e o povo com o coração quebrantado e a alma ferida. "Por isso queremos deixar ‘nossas mulheres’ prontas para aquele dia", diz Cho Hee. "Nós lhes damos estudo bíblico, cuidado pastoral, aconselhamento para traumas e amor. Vemos como Jesus restaura essas mulheres e as torna fortes. Conheço uma mulher que foi vendida duas vezes, surrada incontáveis vezes e, agora, trabalha ilegalmente em um restaurante onde evangeliza em segredo. Estamos convencidas de que, um dia, em seu tempo designado, Deus usará essas senhoras no ministério de mulheres na Coreia do Norte. Por isso precisamos investir nelas agora".

Mas o preço da fé pode ser alto. Algumas mulheres sob o cuidado da Portas Abertas foram capturadas nos últimos anos e repatriadas para a Coreia do Norte. Lá elas são forçadas a trabalhar duro em campos de concentração como os nazistas. Suas vidas não significam nada para os guardas. A Portas Abertas cuida de alguns maridos e filhos chineses que perderam suas esposas e mães. Sun Hi diz: "Nós vemos como Deus usa os acontecimentos ruins para o bem. Alguns homens têm vindo para a fé viva em Deus, embora o odiassem enquanto suas esposas estavam com eles. Certamente, oramos para que essas senhoras possam ser soltas logo e possam fugir para a China novamente. Apenas espero que elas se mantenham firmes na fé. Se apenas eu pudesse tê-las ensinado um pouco mais... Temos de colocar nossa confiança em Deus. Repetidamente, eu aprendo o que ensinamos a essas mulheres: que Jesus é o suficiente".

O drama de refugiadas norte-coreanas na China
Leia a primeira parte dessa história,

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