Por: Jarbas Aragão, GospelPrime
Papa Francisco |
O motivo do questionamento é sempre o mesmo. Quando Francisco afirma que os descrentes (não católicos, ou mesmo ateístas) podem entrar no céu, baseado não na fé, mas na premissa que façam o bem e sigam sua consciência. Ele contrariou a tradição secular a respeito desse assunto e forçou os clérigos de alto escalão no Vaticano a desmenti-lo.
Essa não foi a única questão, ele já fez declarações que soariam “esdrúxulas” algumas décadas atrás, como:
“Sou um grande pecador”
“A igreja é formada por líderes pecadores”
“A igreja não pode interferir espiritualmente na vida dos gays” contrariando novamente Bento XVI, que afirmou: “O homossexualismo é um “mal moral intrínseco”.
“Não precisamos insistir nesses assuntos relacionados a abortos, casamento gay e o uso de métodos contraceptivos”
“Deus não é católico”
Outra questão delicada é sua postura sobre o Estado de Israel. Por ocasião do Rosh Hashaná (ano novo judaico), o papa enviou uma mensagem aos judeus, encorajando um diálogo aberto em questões de fé. Para muitos isso não foi o suficiente. O jornalista Giulio Meotti fez uma grave denúncia, publicada pelo no jornal Israel National News.
Ele acredita que a postura católica beira o antissemitismo. Afinal, um documento recente, assinado pelos Bispos dos EUA, defende que os palestinos atualmente vivendo em Israel sofrem “uma ocupação militar prolongada” pelos judeus. “O papa Francisco nunca se dirigiu aos israelenses nas suas mensagens, nem defendeu abertamente o Estado Judeu desde que foi eleito pelo Colégio dos Cardeais. Parece que não há espaço para os sionistas fiéis e obstinados no sorriso leniente do papa. Em seus discursos, as aspirações nacionais judaicas são ignoradas, e até mesmo denegridas”, asseverou o jornalista. O papa não respondeu as acusações.
Mas isso não é tudo. Outras questões estão sendo levantas por pessoas bem próximas ao pontífice. Ao passo que Bento XVI proibia um diálogo aberto sobre o celibato de padres e freiras, e se eles deveriam receber permissão para se casar. Francisco já disse que o celibato clerical poderia mudar e pode estar prestes a colocar o assunto na pauta para um debate sério, segundo reportagem do canal Fox News.
Essa é a conclusão óbvia devido à postura do arcebispo italiano Pietro Parolin, empossado em agosto como secretário de Estado do papa, ou seja, atual segundo no comando do Vaticano. Ele declarou recentemente que o celibato do clero não é um dogma.
No início de outubro, uma nova polemica se acende. Durante a mais recente reunião da Comissão Internacional Católica Romana/Anglicana, o arcebispo Bernard Longley sinalizou que o Vaticano pode estar disposto a “flexibilizar” a partilha da Eucaristia com membros de outras denominações cristãs.
Em nome do ecumenismo atual, esse tipo de colocação derruba argumentos centenários de mútua exclusão e excomunhão. Uma questão tão séria, que no passado resultou inclusive em guerras religiosas entre católicos e protestantes, sobretudo na Europa. Algo que não parece ser um problema para o papa que recebe a visita de pastores no Vaticano e ouve deles uma “palavra profética”.
Ou que “reza” com pastores e fiéis da Assembleia de Deus durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Na se pode dizer ao certo o que o papa Francisco pensa sobre a aparente contradição ente ele e alguns dogmas que persistem há séculos no seio da Igreja Católica. Mas pode existir uma dica na sua última entrevista de grande repercussão, afirmou: “A tradição e a memória do passado deve ajudar-nos a ter a coragem de abrir novas áreas para Deus. Aqueles que hoje sempre procuram soluções disciplinadoras, que anseiam por uma exagerada “segurança” doutrinária, aqueles que obstinadamente tentam recuperar um passado que não existe mais… Eles têm uma visão estática das coisas. Se for deste modo, a fé torna-se apenas uma ideologia entre outras ideologias”.
Mesmo assim, ele reafirma um antigo dogma: “Apenas a igreja é capaz de interpretar a Bíblia” o que dificulta ainda mais a compreensão de algumas de suas próprias colocações. Embora sejam celebradas como sinal de “abertura”, o jornal inglês The Guardian resume bem ao afirmar: ou as grandes mudanças propostas por ele devem mudar a Igreja Católica ou o papa possui uma “inocência teológica” capaz de confundir até mesmo os católicos. Com informações de WND, The Guardian e Catholic Culture.
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