Por: Tiago Chagas, Gospel+
Pai Uzeda e Pr. Marco Feliciano |
“Nunca houve tanta oração neste país. Nunca houve tantos crentes anônimos mandando mensagem de Jesus dizendo: ‘protege o Pastor Marco porque ele me representa naquele lugar’.
O Brasil foi abalado pelas orações, Igreja… Quem concorda com isso?
Nos primeiros dias Edmar, no meio daquele tumulto você assistiu reuniões na nossa Frente [Parlamentar Evangélica], onde estava tudo nublado, não tinha o apoio de ninguém…
Meu partido tava quase ruindo porque não aguentava mais a luta […]
Entrou um homem na minha sala, um baita dum… Tenho que tomar cuidado como falo… Um baita dum afrodescendente… Desse tamanho o cidadão […] O cabelo black power.
Quando eu olhei pra ele, empurrei minha cadeira e pensei: ‘Tô frito!
Não tão respeitando nem aqui mais’. Quando ele viu que eu fiquei apavorado ele disse: ‘Fica tranquilo que minha vinda é de paz’ […]
Ele era um babalorixá […] ‘Vim do Rio de Janeiro através da minha instituição. Nós temos 600 terreiros de macumba e a nossa instituição pagou minhas passagens… Vim aqui dizer para o senhor que o senhor nos representa, porque o senhor representa a família brasileira. E pra te ajudar eu trouxe para o senhor a espada de São Jorge’ […]
Olhei pra aquele trem e pensei: ‘Eu pego ou não pego?’ [… ]
Na hora de ir embora ele voltou e disse: ‘Pastor, a partir de hoje ninguém mais toca no senhor…’
Eu falei: ‘Por quê?’ Não devia ter perguntado…
Ele voltou, olhou para mim e disse: ‘A partir de hoje, toda sexta feira, 600 terreiros vão estar batendo tambor para nossas entidades protegerem o senhor’ […]
Quando eu fui falar, Jesus falou comigo: ‘Quem não é contra nós, é por nós’ […]
Quando ele virou as costas, Jesus falou comigo: ‘Quando a Igreja não se levanta e não pode, eu levanto até demônio…”, disse o Pr. Marco Feliciano, em sua pregação.
VEJA O VÍDEO:
Pai Uzeda
O babalorixá em questão é o “Pai Uzeda” (foto), do Movimento Nacional Ecumênico. O encontro aconteceu em maio de 2013 durante a polêmica sobre a eleição do pastor como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Além de entregar uma espada de São Jorge à Marco Feliciano, Uzeda também fez uma moção de apoio ao deputado evangélico.
Feliciano gerou controvérsia ao profetizar “o sepultamento dos pais de santo”. Indiferente a isso, na ocasião da moção, o babalorixá não quis criticar as falas do pastor, e limitou-se a dizer que “somente Deus, nosso Superior, poderá julgá-lo do seus atos passados, presentes e futuros”.
A jornalista, missionária e colunista do Gospel+ Raquel Elana, comentou o vídeo em um artigo recente, e criticou o que classificou como “confusão teológica e sincretismo religioso”.
“A surpresa não vem da parte da confusão teológica que ele incita nos ouvintes e nem no descarado sincretismo religioso. Mas no fato de clamar que o próprio Jesus lhe disse que ‘quando a Igreja não pode, Deus levanta o demônio…’ Milhares de justificativas e ‘análises’ já começaram a aparecer para o que parece ser a confirmação de um tipo diferente de apostasia e fanatismo. A audiência não só confirmava, mas com ‘glórias e aleluias’, afirmava que Deus ‘trabalha’ com satanás, quando a Igreja deixa ou não pode trabalhar”, lamentou a missionária, que trabalha com evangelização de refugiados da guerra civil na Síria.
Para Raquel Elana, a luta contra o casamento gay não deve suplantar os princípios bíblicos: “Falsos ensinos estão ganhando força no meio da Igreja porque a Igreja assim deseja. A Igreja quando é atraída pela loucura da ganância é porque a ganância já está em seu coração”, pontuou.
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