Quando entidades internacionais (normalmente italianas, as mais atentas às pouco claras transacções do Banco do Vaticano) desconfiam de que uma operação viola as normas antibranqueamento de capitais, só podem fazer uma coisa: enviar uma carta rogatória a pedir explicações sobre a origem, o destino e o titular do dinheiro transaccionado. Esses pedidos ficam invariavelmente sem resposta. O banco do Papa funciona como um autêntico offshore no coração de Itália – e da Europa.
O Instituto para as Obras da Religião (IOR) foi criado por Pio XII em 1942 para gerir o dinheiro da Igreja Católica numa altura em que a II Grande Guerra diminuía as garantias dadas pelos bancos europeus. O seu objectivo é guardar e administrar “bens que se destinam, pelo menos parcial ou futuramente, a obras religiosas”. De acordo com os seus estatutos, os depositantes podem ser “entidades e pessoas da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano”. Mas há excepções, garante o jornalista Gianluigi Nuzzi no livro Vaticano S.A.: basta ser suficientemente “bem relacionado com a nomenclatura do Vaticano” para conseguir abrir uma conta. E depois fazer uma de duas coisas: entregar um envelope fechado com um testamento que indique o destino religioso a dar ao dinheiro que estiver depositado no momento da morte do titular; ou aceitar que o banco fixe uma percentagem sobre os lucros que ficará reservada a obras de caridade.
Compensa: os juros concedidos são altíssimos, entre os 4 e os 12% líquidos, porque o banco não paga impostos; e há total discrição nas operações e até em relação a quem as faz. Muitas contas são absolutamente confidenciais, mesmo dentro da instituição: nos documentos internos têm apenas um número e nenhum nome associado. Nem o presidente consegue saber quem está por trás delas. Recentemente, o líder do banco, o italiano Gotti Tedeschi, amigo pessoal do Papa, exigiu saber os nomes de todos os depositantes misteriosos. Com isso, abriu uma guerra dentro da instituição e acabou demitido no fim de Maio, depois de apenas dois anos e meio em funções. Nos últimos meses, começou a recear ser assassinado e contratou segurança pessoal.
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