Letras brincam com palavras usadas no mundo do funk.
Rafinha e Jhoony se conhecem desde a infância (Foto: Silvio Muniz/G1) |
As letras de MC Rafinha e Keke usam termos que são famosas no funk, como “novinha” e “descendo até o chão”. Rafinha explica que o uso das frases típicas do funk foi uma forma de chamar a atenção dos jovens. “A gente faz festas e não precisamos usar drogas e bebidas para se divertir. A igreja é um lugar para buscar conhecimento, ir atrás do seu melhor. Usando os termos do funk a gente brinca com o que existe, dando outro sentido, que a própria música explica”, conta Rafinha.
Uma das músicas do GGF faz essa brincadeira com as palavras usadas em letras de funk: “Nós não buscamos na bebida nem na luxuosidade, mas sim no autor da vida a verdadeira liberdade. Nela eu me remexo muito, curto um rock, um pop e Black, faço tudo muito lúcido, porque não sou marionete. Curtindo com os meus irmãos, onde a brisa é a unção, apreciando a presença do senhor da salvação. Mas é claro com certeza, o papo aqui é quente, isso é alegria de verdade isso é renovação da mente. Nas baladas onde eu frequento, as novinhas que vão até o chão só se for para se prostrar ao senhor da salvação”.
O GGF surgiu como uma brincadeira em um evento anual feito pela Igreja Batista Peniel, chamado Revolution. O projeto leva música, teatro e dança para jovens da igreja e em escolas da cidade. Para Rafinha, o funk foi uma forma de conseguir se aproximar dos jovens nas escolas. “A ideia do funk foi sempre fazer uma letra voltada para aquilo que existia de carência no meio da nossa galera, da juventude. No começo a gente fazia música para as pessoas da nossa igreja, mas quando a gente começou a visitar as escolas para fazer palestras, começamos a alertar sobre o perigo do uso das drogas, o risco de doenças sexualmente transmissíveis. A nossa letra começou a evoluir. Na escola a gente não tem muita facilidade para falar de Jesus, da igreja em si, então a gente começou a fazer uma letra sobre isso, salvação, mudança de vida, dizendo que o destino é você quem faz”, afirma.
Carlos Borges, organizador do Revolution, conta que o funk é o braço a mais da igreja na busca dos jovens. “O foco do funk gospel é reconciliar o homem a Deus, dizendo para essa galera que ela pode aproveitar a vida, sem fazer besteira”, conta.
O grupo se apresenta de graça nos eventos que são convidados. São cerca de quatro apresentações por mês, dependendo do número de convites que recebem. Como os rapazes têm obrigações em suas igrejas, nem sempre eles podem ir a todos os eventos que são convidados. “A gente já tocou em quase todas as cidades da Baixada Santista. Se tiver evento gospel a gente está nele”, conta Carlos.
O GGF já se apresentou em bailes funk na região, sempre acompanhados de representantes da igreja, que fica no bairro Catiapoã. “A gente vai com a intenção de levar a palavra. Às vezes o que acontece é de a gente estar no estúdio e aparecerem MC’s e nos convidarem para gravar um som, tocar em alguma comunidade”, explica Rafinha.
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