Na conversa, traficante diz para 'mandar um salve' a coordenador da ONG.
Por: G1 Rio de Janeiro
Fernandinho Beira Mar |
A "reunião", que foi gravada, recebeu o aval da justiça depois de Beira-Mar reclamar que se sentia muito sozinho em sua cela separada. Nela, a dupla comenta a prisão do pastor Marcos Pereira, acusado pelo coordenador da ONG AfroReggae, José Junior, de ter estuprado fiéis. Os dois dizem que o religioso é inocente e uma frase de Beira-Mar chamou a atenção da polícia: "Foi o Juninho que estava por trás disso. Tinha que mandar um salve lá para ele", disse. "Salve", segundo as investigações, seria um sinônimo de ataque ou represália.
O primeiro ataque ao AfroReggae aconteceu 16 dias após a conversa. No total, foram quatro atentados à ONG, no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, áreas pacificadas. O delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas, responsável pelo caso, conversou com os criminosos, que negaram o atentado. Marcinho VP disse que a expressão significa "mandar um alô para que Marcos e José Junior parassem de brigar". A polícia, no entanto, não acredita na versão.
Promotor condena permissão
André Guilherme Freitas, um dos promotores que ajudou na condenação de Marcinho VP, diz que a autorização para o bate-papo entre os bandidos foi arriscada.
"Talvez tenha se menosprezado o poder que esses dois ainda ostentam, que serve não só para eles dois, mas para vários outros presos de alta periculosidade. Se foram ordens transmitidas nesse porte, sem dúvida outras também foram, outras ainda serão. Então, esse é um grande cuidado que a gente tem que ter", disse ele.
Para advogado de pastor, conversa é 'prova cabal'
No diálogo dos traficantes, ambos defendem que o pastor Marcos Pereira é inocente. Eles dizem que José Júnior forjou as denúncias. Para Luis Carlos Silva Neto, advogado do religioso, a conversa é uma "prova cabal" da inocência de seu cliente.
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