Por: Redação, Padom
O líder cristão Matthew Vines, 23, cresceu frequentando uma conservadora igreja presbiteriana evangélica no Kansas. Homossexual, ele agora trabalha para convencer outros cristãos que a Bíblia não diz que a homossexualidade é pecado e também não condena os relacionamentos gays. Com esse objetivo, Vines criou a organização Projeto Reforma.
Vines reuniu 50 líderes evangélicos homossexuais com o mesmo pensamento que o dele para traçar estratégias de diálogo com as diferentes denominações de igrejas evangélicas, mesmo as mais conservadoras. Eles estão reunidos em uma conferência na cidade de Prairie Village, também no estado americano do Kansas.
“Esta conferência é importante porque representa realmente a próxima fronteira do movimento LGBT, que é o trabalho para mudar as mentes dos cristãos conservadores sobre as relações entre as pessoas do mesmo sexo”, explica Vines, que está comandando a reunião desde a última quarta-feira (18) até o próximo sábado (21).
O líder diz ainda que os homossexuais não devem abandonar sua fé por não serem aceitos. “Eu sou um cristão gay que cresceu em uma igreja conservadora e que ainda tem um monte de amigos e familiares em igrejas conservadoras. Estou tentando capacitar às pessoas para que elas sejam capazes de permanecer em igrejas que não são favoráveis ??a sua orientação sexual”.
Para Vines, há muitas igrejas que aceitam estabelecer um diálogo com a comunidade LGBT cristã. “Um monte de cristãos conservadores estão dispostos a ouvir, mas não é possível falar com eles sem ter um conhecimento pleno das Escrituras”, pondera o líder evangélico.
Vines fez uma palestra de uma hora sobre o tema numa igreja de Wichita (Kansas) e postou a gravação deste encontro no YouTube, em março 2012. Desde então, o vídeo teve mais de 600 visualizações, obteve 15 mil comentários e foi traduzido em várias línguas. O próximo passo dele é lançar um livro com suas ideias no primeiro semestre do ano que vem.
Falando de sua trágica história pessoal, Jane Clementi fará uma palestra na conferência no sábado. Em 2010, seu filho Tyler se suicidou após um colega de quarto dele na Universidade Rutgers mostrar na internet um vídeo dele beijando outro homem.
Depois do episódio, a família de Tyler criou uma fundação para aumentar a aceitação dos homossexuais nas comunidades, escolas e igrejas. Mas os familiares do estudante não frequentam mais a congregação conservadora ao qual iam antes. “Senti que não podia ficar, havia muita discórdia”, revela Clementi.
Clementi acredita que a missão da fundação é impedir que casos como o do seu filho se repitam. “É preciso falar para que nenhum jovem passe por isso de novo, para que nenhum jovem heterossexual sinta que possa fazer isso com alguém. Nenhum um pai deve ter uma perda sem sentido como essa”, conclui.
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