Por: BBC
Papa Francisco |
Ele advertiu que a estrutura moral da igreja pode cair como 'um castelo de cartas' a não ser que se promova 'um novo equilíbrio'.
O papa usou a entrevista, à revista jesuíta La Civilta Cattolicato, para citar prioridades de seu papado e avançar nos comentários que já havia feito em julho, no fim de sua visita ao Brasil, a respeito da homossexualidade - 'Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?', disse o pontífice na ocasião.
Agora, ele complementou dizendo que 'não podemos insistir (em falar) apenas nas questões relacionadas ao aborto, ao casamento gay e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível. Os ensinamentos da igreja sobre isso são claros, e eu sou um filho da igreja, mas não é necessário que eu fale disso o tempo todo. (...) Não falei muito a respeito e fui repreendido por isso'.
'A igreja não pode ficar obcecada com a transmissão de um conjunto desarticulado de doutrinas sendo impostas insistentemente', prosseguiu o papa. 'Temos de encontrar um novo equilíbrio, ou até mesmo a estrutura moral da igreja pode cair como um castelo de cartas, perdendo o frescor e a fragrância do Evangelho.'
Em vez de focar nesses temas, a Igreja Católica deve trabalhar pra curar feridas de seus fiéis e buscar os excluídos, opinou Francisco.
'A igreja em que devemos pensar é a que é a casa de todos, e não uma pequena capela onde cabe apenas um pequeno grupo de pessoas selecionadas. Não podemos reduzir o âmago da igreja a um ninho que proteja nossa mediocridade.'
Contraste
Sua visão marca um contraste com as prioridades dos papados de seus antecessores, João Paulo 2º e Bento 16, que viam a doutrina como um guia máximo para o clero.
Francisco disse que suas declarações estão alinhadas com os ensinamentos da igreja, mas agregou que a esta está muito ligada a regras e corre o risco de perder seu propósito.
'É inútil perguntar a uma pessoa seriamente ferida se ela sofre de colesterol alto', afirmou. 'Temos que curar suas feridas. E depois podemos falar do resto.'
A entrevista trouxe também detalhes dos gostos culturais do papa, que disse apreciar Mozart, o pintor Caravaggio, o escritor Dostoevsky e o filme La Strada, de Fellini.
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