Por: Redação, Ecclesia
A assinatura vai acontecer durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São Paulo, com início marcado para as 18h00, na presença de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que vai propor uma reflexão após a Liturgia da Palavra.
Segundo comunicado enviado à Agência ECCLESIA pelos responsáveis desta celebração nacional, vão marcar presença “outros representantes católicos e hierarcas das Igrejas do Conselho Português de Igrejas Cristãs”.
A nota de imprensa fala num “importante acontecimento”, frisando que o reconhecimento mútuo do Batismo representa “mais um passo no caminho de diálogo ecumênico entre as Igrejas envolvidas”.
“Este passo concreto [reconhecimento mútuo do Batismo], que reafirma o muito que já nos une em Cristo, como seus discípulos, um povo de batizados chamado a ser, no mundo e para o mundo, sinal credível do Evangelho”, sublinham os responsáveis cristãos.
A assinatura, no dia conclusivo da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, acontecerá “num contexto orante, reunindo jovens e hierarcas das diversas Igrejas, juntos na escuta da Palavra e no assumir de um compromisso claro pela causa da reconciliação e da unidade”, acrescenta a nota de imprensa.
O reconhecimento mútuo do Batismo destaca os pontos fundamentais de doutrina e prática comum entre Igrejas, procurando contribuir para uma maior comunhão entre todos os cristãos.
D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização – que acompanha o diálogo ecumênico -, disse à Agência ECCLESIA que esta decisão é um “acontecimento nacional” que vem coroar “muitos anos de trabalho".
A semana de oração pela unidade dos cristãos é dedicada, em 2014, ao tema - "Estará Cristo dividido?", expressão retirada da primeira carta de São Paulo aos (1Cor. 1, 13).
O decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II, ‘Unitatis Redintegratio’, lembra no seu n.º 3 que todos os cristãos “justificados no Batismo pela fé, são incorporados a Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor”.
João Paulo II, na sua encíclica sobre a Unidade dos Cristãos, ‘Ut Unum Sint’ (n.º 42), assegurava que o reconhecimento dessa fraternidade “não é a consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família, mas está enraizado no reconhecimento do único Batismo”.
“Isto está muito para além de um simples ato de cortesia ecumênica e constitui uma afirmação básica de eclesiologia”, escrevia o Papa polaco, que vai ser canonizado em abril.
O ‘Diretório para a aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo’ pede explicitamente um reconhecimento recíproco e oficial do Batismo, destacando as implicações teológicas, pastorais e ecumênicas desse ato.
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