Por: FolhaPress / Gaz
Na primeira vez em que o Vaticano foi confrontado em sessão pública sobre acusações de abuso sexual cometido por sacerdotes contra menores, representantes da Santa Sé disseram que não há desculpas para o crime, mas negaram obstruir investigações policiais. A sessão ocorreu em Genebra (Suíça), na primeira reunião que o Comitê da ONU para os Direitos da Criança fez para a discussão do assunto.
A participação do Vaticano sinaliza a nova diretriz do papa Francisco, que defendeu "atuação decisiva" contra escândalos e mudou leis penais do Vaticano para tornar crime as ofensas sexuais. A igreja é acusada, principalmente desde o início dos anos 2000, de encobrir escândalos de abuso. Com isso, a ONU abriu inquérito sobre a suspeita de violação, pelo clero, da Declaração Universal dos Direitos da Criança - da qual o Vaticano é signatário.
Na sessão de hoje, o representante do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, disse que há abusadores em todas as profissões, incluindo o clero, e que esse crime nunca deve ser justificado, seja onde for - "em casa, nas escolas, no esporte ou nas organizações religiosas". Tomasi prometeu a ajuda da Santa Sé - que, segundo ele, se dispõe a receber sugestões de como coibir a prática--, mas criticou a comissão da ONU por ter acusado a igreja de obstruir a investigação: "Ao contrário, queremos que haja transparência e que a igreja siga seu curso".
Em 2013, a Santa Sé se negou a dar mais informações à ONU sobre seus procedimentos canônicos para punir padres acusados. O Vaticano diz fazer isso devido às diferenças entre os direitos laico e canônico e defende que os casos sejam julgados nos países onde os abusos ocorreram. Para a responsável pela comissão da ONU, Sara Oviedo, a Igreja Católica tem de dar o exemplo. "Os castigos aplicados nunca parecem refletir a gravidade dos fatos", disse.
Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de menores foram denunciados nos EUA, no início da década passada; em 2003, após 500 processos, a Arquidiocese de Boston aceitou indenizar as vítimas em US$ 85 milhões. Em seguida, escândalos atingiram igrejas de vários países da Europa. Na Irlanda, relatório acusou líderes eclesiásticos de proteger abusadores por mais de três décadas; na Alemanha, centenas acusaram padres de abuso sexual ou físico desde 2010. Houve denúncias também na América Latina. O acusado mais notório foi o fundador mexicano do movimento Legionários de Cristo, Marcial Maciel, morto em 2008.
Papa
Em missa na manhã desta quinta-feira, 16, o papa Francisco disse que os escândalos da igreja são tantos que não podem ser citados individualmente e são a vergonha da instituição, sem mencionar explicitamente as acusações de pedofilia.
Essas pessoas não têm uma ligação com Deus. Tinham apenas uma posição na igreja, uma posição de poder, afirmou ele, referindo-se aos acusados.
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