Por: João Pedro Caleiro, Exame
Muçulmanos filipinos rezam durante o início do Ramadã |
A discussão ocorre há no mínimo um século, desde que o sociólogo alemão Max Weber publicou "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo".
Filipe Campante e David Yanagizawa-Drott, dois pesquisadores de Harvard, abordam o assunto com um novo trabalho sobre a prática islâmica do Ramadã, que exige o jejum e a abstinência sexual entre o nascer e o pôr-do-sol.
A escolha é engenhosa: além de ser um dos cinco pilares da vida religiosa para os mais de 1 bilhão de islâmicos ao redor do mundo, o Ramadã segue o calendário lunar e portanto ocorre em meses diferentes a cada ano.
Dependendo do hemisfério e da estação de cada país naquela época, varia a quantidade de horas (e o jejum) entre o nascer e o pôr-do-sol. Com isso, fica mais fácil isolar o efeito de outros fatores.
Conclusões
A dupla descobriu que o Ramadã tem um efeito negativo claro no crescimento do PIB dos países islâmicos: um aumento de 12 para 13 horas na duração diária da prática come entre 0,6% e 0,9% da taxa de crescimento naquele ano. Não há qualquer tipo de efeito nos mesmos períodos em países não-islâmicos.
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