Jornada Mundial começa oficialmente nesta terça-feira (23).
O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, disse nesta terça-feira (23) que a perda de fiéis vem afetando todas as religiões tradicionais. Ele negou que o problema afete apenas os católicos e ressaltou que a Jornada Mundial da Juventude será importante para a missão da Igreja Católica de ampliar sua presença no país.
"Vivemos um momento de crise religiosa, onde os valores são reformulados e apresentados em outro formato, como na lógica da sociedade de consumo e do mercado. Mas não é esta visão da Igreja. É a visão existencial, da busca do ser humano, que não tem espaço no mujndo atual", disse.
Muitas vezes, nas famílias, os jovens se sentem órfãos de referência. E os jovens querem isso. O Papa Francisco está fazendo isso, representando esta figura do pai que está falindo. Uma figura segura para suas vidas."
Dom Odilo disse não ser verdadeira a afirmação de que só a Igreja Católica perde fiéis. "Todas as religiões tradicionais estgão perdendo fiéis, inclusive as igrejas evangélicas tradicionais, que perderam, proporcionalmente, muito mais do que a Igreja Católica", afirmou.
Dom Odilo disse que muitas pessoas, depois de passar por várias religiões, se desiludem e engrossam as fileiras dos sem religião. É por causa da ótica de mercado sobre as religiões. “Entrar na lógica do mercado é a falência da religião.”
Perguntado se a JMJ pode ajudar a resolver os problemas da Igreja, Dom Odilo afirmou que a JMJ é um conjunto de iniciativas que podem ajudar os jovens a se envolverem com a fé. “A JMJ é um momento de evangelização e de testemunho da fé por tudo aquilo que a fé nos leva a fazer”, disse. “Esperamos que a JMJ seja uma contribuição importante para a evangelização.”
Crise na referência de paternidade
Dom Odilo relacionou a recepção calorosa ao Papa Francisco com uma suposta crise na sociedade. Para ele, Francisco representa a figura do pai. “Ontem, observando esta juventude toda, que não é só brasileira, as reações eram semelhantes. Todos querendo chegar perto do Papa. Como analisar este fenômeno? O Papa não é um ídolo. Mas será que isso não traduz um dos fatores da crise cultural de hoje?", questionou Dom Odilo.
Segundo Odilo, o problema está na questão da referência da paternidade. "A crise vem, em grande parte, por causa da demolição da imagem do pai. Muitas vezes, os pais deixaram de assumir o seu papel na sociedade. Muitas vezes, nas famílias, os jovens se sentem órfãos de referência. E os jovens querem isso. O Papa Francisco está fazendo isso, representando esta figura do pai que está falindo. Uma figura segura para suas vidas.”
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