PM diz que protesto chegou à Av. da Abolição com cerca de 3 mil pessoas.
Do G1 CE
Manifestantes se refugiam em igreja após a polícia usar bombas de gás para dispersar protesto em Fortaleza no início da noite deste sábado (7). Após caminhada de cerca de duas horas por ruas de três bairros da capital, o grupo se dispersou quando a polícia lançou bombas de gás. Alguns manifestantes entraram nas dependências da Igreja da Paz no momento em que fiéis católicos saíam da missa. Eles se protegeram na escadaria, entre o portão e a entrada do tempo. Após 20 ou 30 minutos, quando o clima ficou mais tranquilo, eles resolveram sair.
O coronel Túlio Studart, comandante da operação 7 de Setembro, da PM, afirma que a manifestação tinha entre 3 mil e 4 mil pessoas quando chegou à Avenida da Abolição, no Bairro Meireles. A concentração ocorreu às 14 horas no centro cultural Dragão do Mar, no Bairro Praia de Iracema, área turística de Fortaleza. Pela manhã, um ato havia sido programado para o mesmo local, mas não chegou a ocorrer.
O protesto foi articulado pelas redes sociais pelo movimento 'Mais Pão Menos Circo - Copa pra Quem?', mesmo que convocou vários protestos em junho na capital cearense. Entre as reivindicações deste sábado, estavam a legalização dos limites do Parque do Cocó, fim do voto secreto e passe livre.
Inicialmente os manifestantes ficaram embaixo do Planetário, na área interna do centro cultural (veja vídeo ao lado). Do lado de fora, o local estava muito policiado. Por volta das 16 horas, os manifestantes saíram em passeata. Alguns usaram máscara, mesmo com a determinação da Justiça de que os policiais poderiam pedir a identificação de mascarados. No caminho, encontraram outros grupos que participavam do Grito dos Excluídos. No fim da tarde, o grupo chegou à área turística da beira-mar. A todo instante, os manifestantes encontravam barreiras da polícia que, até este momento, só acompanhava o protesto.
Carros amassados e ferimentos
Os manifestantes subiram da Avenida Beira Mar em direção ao Bairro Aldeota, área nobre da capital. Um grupo de vândalos atirou pedras em vidraças e subiu nos carros estacionados na Rua Joaquim Nabuco. Vários deles ficaram amassados. O protesto entrou pela noite e o vandalismo continuou na Praça Portugal. Vidraças de lojas foram quebradas e a multidão só se dispersou quando a PM usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Um rapaz ficou ferido por bala de borracha. A polícia disse que agiu dentro da legalidade.
Revistas policiais
A Polícia Militar fez revistas em muitos grupos que se dirigiam a locais de protestos ao longo do dia. Durante a manhã, 30 pessoas foram presas por portar objetos como máscaras, baladeiras (estilingues), pedras e rojões, segundo o coronel Túlio Studart, que comandou a operação policial neste 7 de Setembro.
Todos foram levados à delegacia de roubos e furtos e liberados após identificação. "Isso é uma ditadura. Eles não vão deixar a gente se reunir, se manifestar. Eles estão me prendendo antes de chegar ao local'', disse Mário Ramon, um dos primeiros detidos. "Isso [Estilingue] certamente ia ser jogado na polícia'', afirmou o militar que efetuou a prisão. Outro rapaz foi detido à tarde com uma faca na bota e, pelo menos um outro, à noite.
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