Por: Dicler de Mello e Souza, diariodovale
Volta Redonda - O pastor Reginaldo Sena dos Santos, de 59 anos, foi condenado recentemente a 78 anos de prisão por ter abusado sexualmente de 14 meninas que frequentavam sua igreja e a casa dele, no bairro Retiro, em Volta Redonda. As vítimas tinham idades entre 8 e 15 anos.
O pastor foi sentenciado pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda, Cláudio Gonçalves Alves. O mesmo juiz também condenou a 16 anos de prisão, em regime fechado, a missionária Maria de Fátima Costa da Silva, de 58 anos. Ela foi responsabilizada por dopar e preparar as vítimas para serem abusadas pelo pastor.
O juiz justificou a sentença alegando que Reginaldo e Maria de Fátima se aproveitaram da autoridade que mantinham sobre as crianças e das condições de pastor e missionária da igreja.
Os dois foram presos no dia 4 de fevereiro de 2012. Na época, a polícia apurou que o pastor e a missionária eram amantes e que uma das vítimas era a própria neta de Maria de Fátima. Eles foram condenados pelos crimes de pedofilia, estupro de vulnerável e formação de quadrilha. As penas foram agravadas porque a maioria das vítimas era menor de 14 anos.
A advogada da missionária, Irani Martins, disse que vai recorrer da sentença no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Ela alega que o juiz não analisou as provas colhidas pela defesa que foram anexadas ao processo.
- O juiz analisou apenas as provas da acusação (Ministério Público) - disse.
Reginaldo que estava preso na Casa de Custódia de Volta Redonda será transferido para um presídio do Rio. O mesmo vai ocorrer com a missionária que está presa na Casa de Custódia do Complexo Penitenciário de Gericinó, na capital fluminense.
Segundo o Ministério Público, o pastor, que era conhecido pelo apelido de Ungido e estava fundando uma Igreja Pentecostal, tinha a confiança dos adultos do bairro onde morava, que deixavam seus filhos sob os cuidados dele para terem aulas de religião e música. As crianças também ganhavam doces do pastor. A denúncia do MP também confirmava que missionária Maria de Fátima mantinha um relacionamento amoroso com o pastor e o auxiliava na prática dos abusos. Na época, as vítimas confirmaram que eram abusadas, acariciadas e beijadas por Ungido.
Na casa de Reginaldo, a polícia apreendeu cinco calcinhas infantis, três tubos de pomada vaginal com aplicador, lubrificantes íntimos e duas seringas de nove milímetros, usadas para dopar as vítimas. Ainda foram encontrados dois preservativos contendo esperma, nove pen drives, três HDs, sacos de biscoito, material escolar e refrigerantes, que segunda a Justiça eram oferecidos as crianças.
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